INFRAESTRUTURA E ACESSO A MERCADOS DAS MPMES EM MOÇAMBIQUE
Palavras-chave:
desenvolvimento regional, infraestrutura, mercados, MPMEs, políticas públicasResumo
O sector das micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) constitui a espinha dorsal da economia moçambicana, representando aproximadamente 97% das empresas formais e contribuindo com cerca de 23,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Contudo, apesar da sua relevância socioeconómica, essas empresas enfrentam limitações estruturais graves que comprometem a sua competitividade e capacidade de inserção nas cadeias de valor regionais e globais. Estudos anteriores destacaram a informalidade, o acesso ao crédito e a carga fiscal como obstáculos críticos, mas ainda são escassas as análises empíricas que tratam da infraestrutura - especialmente na sua dimensão física (rodovias, energia, transporte) e digital (internet, mobile banking) - como variável determinante para o acesso a mercados. Este estudo contribui para preencher essa lacuna ao adoptar uma abordagem metodológica mista, articulando dados estatísticos e evidências qualitativas com base na Teoria do Desenvolvimento Económico Regional (Porter; Perroux), para mapear deficiências infraestruturais, mensurar os seus impactos sobre os custos operacionais das MPMEs e sugerir soluções políticas e institucionais viáveis. Os resultados evidenciam que baixos níveis de pavimentação rodoviária, electrificação rural limitada e fraca conectividade digital agravam a exclusão produtiva e territorial. Conclui-se pela urgência de políticas integradas, com destaque para investimentos em parcerias público-privadas, tecnologias renováveis e inclusão digital como caminhos para dinamizar o ecossistema empresarial moçambicano.
Downloads
Referências
Afrobarometer. (2024). AD823: Poor and rural Mozambicans hit hard by lack of access, connection to electricity grid. Disponível em: https://www.afrobarometer.org/publication/ad823-poor-and-rural-mozambicans-hit-hard-by-lack-of-access-connection-to-electricity-grid/
Borgen Project. (2019). Building a diverse economy with infrastructure in Mozambique. Disponível em: https://borgenproject.org/infrastructure-in-mozambique/
Guimarães, I. C. (2023). SMEs and the Path to Operational Sustainability. 360 Mozambique. Dispponível em: https://360mozambique.com/opinion/smes-and-the-path-to-operational-sustainability/
JLA Advogados. (s.d.). Public-Private Partnerships as an engine of economic growth in Mozambique. Disponível em:
https://www.jlaadvogados.com/parceriasp%C3%BAblicoprivadasmo%C3%A7ambique?lang=en
Porter, M. E. (1998). Clusters and the new economics of competition. Harvard Business Review, 76(6), 77–90. Disponível em: https://hbr.org/1998/11/clusters-and-the-new-economics-of-competition
Torgusson, C., & Pswarayi-Riddihough, I. Z. (2022). Moving Mozambique toward a digital future. World Bank Blogs. Disponível em: https://blogs.worldbank.org/en/digital-development/moving-mozambique-toward-digital-future
World Bank. (2021). World Bank supports micro, small, and medium enterprises to foster inclusive growth in Mozambique (Comunicado de imprensa). Disponível em: https://www.worldbank.org/en/news/press-release/2021/05/11/world-bank-supports-micro-small-and-medium-enterprises-to-foster-inclusive-growth-in-mozambique
World Bank. (2021). World Bank supports greater access to energy and broadband services in rural Mozambique (Comunicado de imprensa). Disponível em: https://www.worldbank.org/en/news/press-release/2021/12/14/world-bank-supports-greater-access-to-energy-and-broadband-services-in-rural-mozambique
Moçambique. (2023). 74.6% of the Mozambican population has access to electronic currency. Disponível em: https://360mozambique.com/economy/74-6-of-the-mozambican-population-has-access-to-electronic-currency/
African Development Bank. (2022). African Economic Outlook 2022: Supporting Climate Resilience and a Just Energy Transition in Africa. Disponível em: https://www.afdb.org/en/documents/african-economic-outlook-2022
Asongu, S. A., & Nwachukwu, J. C. (2018). Comparative human development thresholds for absolute and relative pro-poor mobile banking. Information Technology for Development, 24(1), 1–27. Disponível em: https://doi.org/10.1080/02681102.2017.1276032
Perroux, F. (1955). Note sur la notion de pôle de croissance. Économie Appliquée, 8(1), 307–320.
Rodríguez-Pose, A. (2018). The revenge of the places that don’t matter (and what to do about it). Cambridge Journal of Regions, Economy and Society, 11(1), 189–209. Disponível em: https://doi.org/10.1093/cjres/rsx024
United Nations Economic Commission for Africa. (2020). Promoting SMEs through Regional Value Chains in Africa. Disponível em: https://repository.uneca.org/handle/10855/43513

