REVISÃO SISTEMÁTICA DE ARTIGOS RELACIONADOS COM PASSAGENS MOLHADAS OU PONTES MOLHADAS

Autores

  • David Chadreque Chale Associação Fórum dos Académicos de Moçambique (AFAMO)

Resumo

O objectivo principal desta revisão sistemática é analisar artigos ligados às passagens molhadas ou pontes molhadas para, com seu auxílio, compreender a finalidade e benefício que elas trazem para comunidades, conhecer o material usado para sua construção e por fim, em função das abordagens dos outros autores, definir, o que são mesmo, passagens molhadas. Com suporte de citações de Cavalcante & Cunha (2009), Bezerra, (2010) e Júnior (2023), pode-se claramente definir, que passagens molhadas ou pontes molhadas são estruturas de betão ou de pedra argamassada, construídas transversalmente sobre rios ou riachos para permitir a transitabilidade de veículos motorizados ou não, pessoas e animais de uma margem para outra durante todas as épocas do ano. A necessidade de serem usadas em todas as épocas do ano tem a ver com a multi-usualidade delas. Na época seca, as passagens molhadas facilitam a transitabilidade de veículos contra o banco de areias e, na época chuvosa, com pouca correnteza, a sua funcionalidade normal. A pedra usada para construir passagens molhadas ou pontes molhadas é de origem granítica ou outra qualquer. A metodologia usada para seleccionar os artigos que fizeram parte desta revisão sistemática é PRISMA, a qual começa com busca no Google normal, mas, por inexistência de muitas publicações viradas à temática, tivemos que recorre ao Google académico, onde foi possível identificar na pesquisa inicial 58 artigos, dos quais 43 foram excluídos pela mudança do título, passando para 15. Depois dessa etapa, 5 foram excluídos após a leitura do resumo e, posteriormente à leitura do texto integral foram excluídos 3, ficando apenas 7 artigos que preenchem os critérios de inclusão e analisados na íntegra para a presente revisão. No final, feita a análise de forma objectiva, dos 7 artigos seleccionados, 3 foram excluídos por não tratarem com objectividade, a temática das passagens molhadas. Finalmente, com 4 artigos de Bezerra, (2010), Vieira (2020), Soares Júnior; Santos; Cavalcante; Alves & Silva (2021) e Júnior (2023) os objectivos foram alcançados. A temática é da actualidade e de muita relevância para o país, porque segundo Bezerra (2010. p. 34) e Júnior (2023. p. 2), sua construção “representa um gasto relativamente pequeno, comparado ao custo para se construir uma ponte [...]”. Há a salientar, que mesmo se sabendo que o banco de areias nos leitos, durante a época seca, também constitui um problema de transitabilidade, nenhum desses autores citados nesta revisão sistemática se dignou a falar desta problemática. Sendo esta, uma limitação científica à luz do PRISMA, fica recomendada a sua discussão nos próximos trabalhos de pesquisa. De forma resumida, conclui-se que estes quatro autores, quando o assunto tem a ver com a temática das passagens molhadas e segundo o fundamento de Bezerro (2010. p. 35), constituem fontes primárias em razão de falta de pesquisas voltadas à essa temática. Concluir também, que mesmo construídas com alguma tubulação para permitir o fluxo da água na parte inferior, a prática mostra, que para rios de maior correnteza, as passagens molhadas são sempre derrubadas, não sendo, portanto aconselhável construir-se usando essa forma em rios de regime periódicos.

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Referências

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Publicado

2025-01-14

Como Citar

Chale, D. C. . (2025). REVISÃO SISTEMÁTICA DE ARTIGOS RELACIONADOS COM PASSAGENS MOLHADAS OU PONTES MOLHADAS. ALBA - ISFIC Research and Science Journal, 1(6), 238–250. Obtido de https://alba.ac.mz/index.php/alba/article/view/317